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Este microbook é uma resenha crítica da obra:
Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.
ISBN: 978-85-4310-854-4
Editora: LetraMais
Pouca gente consegue dar uma definição correta para a empatia. É comum falarem dessa habilidade como se fosse um atributo único. Mas isso é mera simplificação de um sentimento bem mais complexo. Ela pode ser dividida em três tipos, que precisam ser exercidos pelos líderes de grandes companhias para tirar o melhor de cada colaborador.
O primeiro, a empatia cognitiva, é a habilidade de entender o ponto de vista de outras pessoas. Simples assim. Ela permite que os gestores se expliquem de forma fácil para serem bem compreendidos. Isso é essencial para conseguir o melhor desempenho dos subordinados, mas não é o suficiente. Resumir a prática empática a essa modalidade é um fator limitante, que precisa ser ampliado.
Já o segundo é a empatia emocional, que faz com que as pessoas sintam o mesmo que os outros sentem. Não é puramente racional, tem mais a ver com emoções. Por fim, o terceiro, o interesse empático, é definido como a percepção correta do que o outro quer de você.
Gestores precisam ter a capacidade de exercer a empatia emocional no dia a dia do trabalho. Para isso, é necessário combinar dois tipos de atenção. Deve-se trabalhar com foco nos sentimentos alheios, percebendo como o rosto, a voz e outros sinais externos da emoção são emitidos de acordo com os rumos tomados pela companhia e pelas atitudes do dia a dia.
Ninguém gosta de ser gerenciado de maneira agressiva. Certamente, ouvir ordens aos gritos, tomar broncas na frente de toda a equipe e ser constantemente colocado à prova na base do medo são experiências traumáticas. Quem ainda acredita nessa forma de tirar o melhor de seus subordinados não percebe como é questão de tempo para perder os melhores talentos. Basta uma proposta simples para a fuga de um ambiente tóxico.
Segundo a abordagem tradicional, repreender o funcionário é benéfico porque traz uma lição. Supostamente, ele nunca mais repetirá aquele mesmo erro, com medo de ser constrangido publicamente outra vez.
Mas alguns gestores preferem uma reação diferente quando precisam lidar com um colaborador com desempenho insatisfatório. Preferem colocar em prática a compaixão e a curiosidade. Mesmo ainda preocupados com os números, optam por um caminho mais fácil de trazer os subordinados para seu lado, caminhando na mesma estrada por um mesmo objetivo.
Assim, evitamos o julgamento e acabamos, involuntariamente, aplicando técnicas de coaching. Segundo pesquisas da Harvard Business Review, a reação mais compassiva diante de erros e mau desempenho traz melhores resultados. Isso porque aumentam a lealdade e a confiança da equipe. Cordialidade e relações positivas no trabalho aumentam a influência do líder sobre a equipe.
É um bom jeito de se ganhar respeito, ser ouvido e seguido. Quem só sabe gritar diante do time é temido, não respeitado. A vida laboral vai além dos contracheques e ser exemplo pela forma de abordagem faz a diferença nos resultados finais, além de impactar a experiência profissional por muitos e muitos anos.
Você se acha um bom ouvinte? Quase sempre, as pessoas supervalorizam a própria capacidade de dar atenção ao que os outros falam. É um processo bem parecido com a autoavaliação no volante. Todo mundo se acha um verdadeiro piloto no trânsito.
Para quem acredita ouvir bem, três são os aspectos mais comuns que resumem essa característica. Não falar ao mesmo tempo que o interlocutor é o primeiro. O segundo é fazer com que as pessoas se sintam escutadas em meio a expressões faciais e sons como o famoso “arrã”, em sinal de concordância. E, por fim, ser capaz de repetir o que acabou de ser dito, palavra por palavra, como um papagaio.
Ser bom ouvinte vai além disso. Para começo de conversa, este é um sinal de prática corriqueira da empatia. Afinal, é impossível se colocar no lugar do outro se não formos capazes de entender o que as pessoas ao redor têm a dizer.
A maioria dos conselhos sobre esse assunto acabam nos levando para o mesmo caminho de encorajar os ouvintes a permanecerem em silêncio, murmurando e repetindo o que foi dito.
Apenas 5% das pessoas podem ser consideradas boas ouvintes. Ouvir bem é oferecer um diálogo de mão dupla, mantendo a escuta ativa como forma de intervir quando necessário. Não se deve ficar calado apenas como espera para fornecer uma resposta brilhante, mas é preciso interpretar cada palavra, entendendo como as frases se encadeiam, como chegam do começo ao fim da conversa e o que elas representam.
O verdadeiro ouvinte leva em consideração as necessidades de cada interlocutor e não se coloca acima ou abaixo dele, mas ao lado. Ouvir é um processo horizontal, de aprendizagem e ensino mútuos. Uma conversa ativa é muito mais produtiva do que uma escuta passiva, inerte, com a falsa empatia ali embutida.
Já passamos da metade deste microbook destinado a incluir a empatia como prática diária em sua vida profissional. Agora, tratamos de um assunto indigesto para a maioria dos trabalhadores. Reuniões. Todos nós as odiamos e em boa parte das vezes, são uma perda de tempo.
Mesmo assim, elas vão continuar existindo. Como líder, você tem a responsabilidade de melhorar sua dinâmica para deixá-las mais curtas, eficientes e organizadas. É obrigação dar um jeito de envolver os colaboradores para gostarem de cada encontro profissional e até gostar delas.
O local de trabalho também precisa abrigar a felicidade. Até porque, as frustrações geram descontentamento ao ambiente de trabalho, diminuindo os índices de criatividade e inovação.
Invista em bons espaços para a realização das reuniões, de maneira que possa transmitir um sentimento de colaboração entre os presentes. Convide sempre as pessoas certas, melhore as pautas e se prepare constantemente para apresentar o que for necessário.
Controle suas emoções e respeite cada um dos presentes. É preciso entender a presença de cada um dos envolvidos ali, dedicando tempo a ouvir suas palavras, na maioria das vezes contra a própria vontade. Se os assuntos abordados durante a reunião puderem ser resolvidos em papos individuais ou mesmo em um e-mail, não há motivos para sua realização.
Durante o papo, as mesmas práticas de escuta ativa precisam ser aplicadas, até porque elas serão um bom guia para as próximas medidas adotadas dali para frente.
Infelizmente, o poder pessoal interfere na nossa capacidade de ter empatia. Conforme vão sendo promovidos a cargos de gestão, uma mudança de comportamento leva diversos profissionais a ouvirem menos seus subordinados.
Para preservar-se em suas novas posições de mais poder, passam a se preocupar dia após dia em desenvolver mecanismos de controle sobre os subordinados, tratando-os como máquinas, sem se preocupar com o bem-estar de quem leva a empresa para frente.
Se você atinge um nível alto de gestão, precisa entender que os colaboradores não são máquinas. Quando eles são tratados como números, apenas, sem terem o lado humano levado em consideração, a perda de confiança vira um processo irreversível.
Por meio de pequenas escolhas para manter o controle sobre os subordinados, a sequência de equívocos faz com que parte considerável da equipe busque oportunidades na concorrência. É isso o que você quer?
A empatia colocada em prática pelos chefes faz com que os subordinados vejam neles verdadeiros exemplos de como tratar o próximo. O ambiente fica mais arejado e é possível tirar o melhor do potencial de cada um. Suba com empatia. Ela não é um valor que pode ser deixado no meio do caminho. Líderes inesquecíveis são aqueles que tratam os seres humanos com o respeito que eles merecem.
A empatia precisa ser trabalhada dentro de certos limites. Caso contrário, extrapola o bem-estar em um ambiente e acaba trazendo prejuízos, levando outras pessoas a dispensarem formas mais respeitosas de se comportar em público. São três os maiores problemas que limitam essa habilidade.
Ainda assim, não há outro caminho melhor a ser seguido. Seja empático e transforme seu local de trabalho para melhor.
Praticar a empatia em sua plenitude vai muito além de se colocar no lugar dos outros. Tampouco é mera escuta do que as pessoas têm a dizer, é muito mais uma participação diária e leitura das reações em diferentes cenários possíveis. É uma habilidade que pode ser treinada no dia a dia, fazendo com que nossas relações melhorem em todos os ambientes, do trabalho à vida familiar. Colocando a empatia em prática, você faz do seu local de trabalho um campo de transformação pessoal, aproveitando o melhor em cada colaborador. Seja empático.
Em Gestão da emoção, Augusto Cury traz boas dicas e técnicas de como administrar sua inteligência emocional por uma vida de mais paz interior.
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